Zona euro vai emprestar 200 mil milhões ao FMI para este ajudar os países do euro em dificuldades. Mas pode não chegar.
Angela Merkel já tinha avisado: não se devia esperar que desta cimeira saísse uma única "grande solução" para a crise. Ou seja, que ficasse disponível a chamada "bazuca" financeira que garantisse que a zona euro tinha nas suas mãos os meios necessários para defender todos os países que enfrentassem dificuldades, incluindo a Itália e a Espanha. Isso, de facto, não aconteceu, o que faz com que persista o receio sobre a forma como irá evoluir a crise do euro nas próximas semanas.
É verdade que, ontem, em Bruxelas, os líderes europeus deram alguns passos no sentido de reforçar o poder de fogo da zona euro contra a crise. O mais significativo foi o anúncio de que os Estados da zona euro irão emprestar ao Fundo Monetário Internacional 200 mil milhões de euros para que este fique com os meios disponíveis para criar linhas de crédito preventivas para a Espanha e a Itália.
Além disso, os líderes europeus manifestaram esperança que outros países fora da UE, como a China ou o Brasil, acompanhem este reforço dos fundos do FMI. Para já, existe abertura destes Estados para o fazerem, mas não se sabe em que dimensão.
No entanto, esta medida, só por si, deixa muitas dúvidas junto dos mercados. "Uma porta foi aberta através do canal do FMI, mas há muita gente que pode pensar que 200 mil milhões simplesmente não chegam", afirmava ontem à Reuters um analista de um banco de investimento da city londrina. Para se colocar em perspectiva este número basta lembrar que apenas entre Fevereiro e Abril do próximo ano, a Itália terá de renovar cerca de 150 mil milhões de euros de dívida pública. E a Espanha também tem pela frente um calendário de emissão de dívida muito exigente na primeira metade de 2012.
Fonte: Público
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